COP 30 no Brasil: o que muda para as empresas e quais ações serão cobradas

21/07/2025
• Atualizado em 28/07/2025
Uma mulher em pé realizando uma palestra.
A COP 30 traz novas exigências e grandes oportunidades para as empresas

 

A crise climática não é mais uma preocupação distante — ela já está moldando o presente e, principalmente, o futuro dos negócios.

Em 2025, dos dias 10 a 21 de novembro, o Brasil vai sediar a COP 30, a principal conferência mundial sobre mudanças climáticas, e isso traz reflexos diretos para o setor empresarial.

O encontro, que será realizado em Belém do Pará, representa uma virada de chave. Mais do que discursos, a expectativa é por compromissos firmes, ações concretas e cobrança por resultados.

Por isso, neste conteúdo, você vai entender o que é a COP 30, por que ela é tão relevante e como sua empresa pode se preparar para esse novo cenário.

O que é a COP 30 e por que ela é tão importante?

A COP (Conferência das Partes) é um encontro global promovido pela ONU desde 1995, que reúne líderes de quase 200 países para discutir soluções para o aquecimento global. A edição de 2025, chamada de COP 30, será a 30ª da história e marca um momento decisivo: os dez anos do Acordo de Paris.

Esse acordo, firmado em 2015, tinha como objetivo que os países mantivessem o aquecimento global abaixo de 2 °C em relação aos níveis pré-industriais, com esforço para limitar a 1,5 °C.

Para alcançar esse objetivo, os países deveriam  reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa. Entretanto, cerca de 5% das nações atualizaram seus novos objetivos climáticos, cujo prazo era fevereiro deste ano. 

Essa situação evidencia o desafio global de alinhar metas com ações efetivas e mensuráveis. A falta de ambição por parte da maioria dos países aumenta a pressão sobre a COP 30, que será um momento crucial para revisar avanços, corrigir rumos e renovar compromissos.

A COP 30 terá como foco ampliar o financiamento climático para países em desenvolvimento e acelerar a implementação das metas do Acordo de Paris, garantindo resultados concretos.

Por que a COP 30 será sediada no Brasil?

O Brasil foi escolhido como sede da COP 30 por ser uma das nações de maior relevância ambiental no mundo.

O país abriga mais da metade da Floresta Amazônica, uma das maiores reservas de biodiversidade do planeta, além de possuir uma matriz energética com forte presença de fontes renováveis.

Belém, no coração da Amazônia, será palco do evento. A escolha carrega um simbolismo importante: mostra que os debates sobre o clima precisam considerar a proteção das florestas, os saberes tradicionais e a valorização de territórios historicamente invisibilizados.

Quais mudanças a COP 30 pode trazer para o setor empresarial?

Com a realização da COP 30 no Brasil, as expectativas sobre o setor privado tendem a aumentar.  As empresas deverão assumir um papel mais ativo no combate às mudanças climáticas, com cobranças mais diretas por metas, transparência e práticas sustentáveis.

A seguir, destacamos três frentes principais de transformação. 

Pressão por metas ambientais (emissões zero, carbono neutro)

Cada vez mais, as empresas serão cobradas a estabelecer metas claras de redução de emissões e a tornar suas operações carbono neutro. A descarbonização deixará de ser um diferencial e passará a ser um requisito básico para permanecerem competitivas no mercado.

Negócios que não apresentarem compromissos mensuráveis e ações concretas correm o risco de perder espaço em cadeias produtivas globais e em licitações públicas e privadas.

Regulamentações mais rígidas e novos tributos ambientais

A COP 30 também pode acelerar a criação de leis e políticas públicas voltadas para o clima. Isso inclui desde obrigações de transparência sobre impactos ambientais até a taxação de atividades poluentes e produtos com altas emissões de carbono. 

Valorização de práticas ESG

A partir da COP 30, a sigla ESG (ambiental, social e governança) vai ganhar ainda mais força, pois o evento também reforça a importância de integrar a sustentabilidade ao centro da estratégia empresarial, e não apenas como uma ação isolada ou de marketing.

Quais setores serão mais impactados?

Embora todas as empresas sejam impactadas em algum grau, alguns setores sentirão as mudanças de forma mais intensa e imediata. Abaixo, destacamos os principais. 

Energia e construção civil

Os setores de energia e construção civil estão entre os mais diretamente envolvidos nas discussões sobre mudanças climáticas — e não é por acaso.

A construção civil, sozinha, responde por mais de 30% das emissões globais de carbono, além de consumir uma parcela significativa da energia produzida no mundo.

Diante disso, cresce a pressão para que obras e reformas sigam princípios de sustentabilidade, com uso eficiente de materiais, redução de desperdícios e adoção de certificações ambientais.

Ao mesmo tempo, o setor de energia será cada vez mais cobrado a acelerar a transição das fontes fósseis para soluções renováveis, como solar, eólica e biomassa. A expectativa é clara: menos impacto ambiental e mais inovação.

Transporte e logística

Outro setor que será cada vez mais cobrado com a realização da COP 30 é o de transporte e logística. A necessidade de reduzir a intensidade de carbono nas cadeias de suprimento se tornará uma prioridade, e isso inclui desde o uso de combustíveis mais limpos até a reestruturação de rotas para otimizar deslocamentos e diminuir as emissões.

Nesse cenário, será fundamental inovar, adotar tecnologias de rastreamento e buscar parcerias que ajudem a construir soluções mais sustentáveis.

Indústrias e agronegócio

As grandes indústrias — especialmente as de cimento, aço, papel e química — terão de repensar seus processos para torná-los mais eficientes e menos poluentes.

Essa não é uma tarefa simples, mas será inevitável para se manterem em conformidade com as exigências ambientais que vêm ganhando força no Brasil e no mundo.

O agronegócio, por sua vez, ocupa um papel central na agenda climática brasileira. O debate sobre desmatamento, uso da terra e regeneração ambiental estará mais presente do que nunca.

Por isso, práticas agrícolas regenerativas, rastreabilidade de produção e manejo responsável serão cada vez mais valorizadas, tanto por compradores internacionais quanto por órgãos reguladores e investidores.

Ações que sua empresa deve começar a implementar agora

Mais do que esperar as mudanças acontecerem, empresas que desejam se destacar devem começar desde já. Abaixo, listamos três caminhos importantes para iniciar esse processo.

Medidas de descarbonização e eficiência energética

Rever processos, adotar tecnologias mais limpas, reduzir o consumo de energia e compensar emissões já são práticas urgentes. Quanto antes essas mudanças forem feitas, menor será o custo da adaptação no futuro.

Relatórios de sustentabilidade e indicadores ESG

Ter indicadores claros, metas públicas e relatórios bem estruturados sobre ações ambientais, sociais e de governança será cada vez mais exigido por investidores, órgãos reguladores e consumidores. Além das metas de descarbonização e uso eficiente de recursos, projetos sociais que promovam inclusão ou desenvolvimento local também ganharão relevância, reforçando o compromisso das empresas com uma agenda ESG integrada.

Participação em iniciativas e certificações ambientais

Fazer parte de redes, pactos e programas que validem o compromisso da empresa com a sustentabilidade é uma forma de ganhar visibilidade e reconhecimento.

Certificações como ISO 14001, LEED ou adesão ao Pacto Global da ONU reforçam a credibilidade da organização.

Oportunidades para empresas brasileiras com a COP 30

Apesar dos desafios, a COP 30 também representa uma chance única de inovação, reconhecimento e acesso a novos mercados. Confira como sua empresa pode aproveitar esse momento.

Atração de investimentos verdes

Empresas que lideram em sustentabilidade têm maior chance de atrair investimentos, especialmente de fundos que seguem critérios ESG. Por isso, a COP 30 pode ser um catalisador para ampliar o volume de capital destinado a negócios de impacto positivo.

Incentivos e programas de fomento

Governos e instituições devem lançar novos editais, linhas de crédito e incentivos para empresas que contribuam com metas climáticas. Estar preparado para acessar essas oportunidades pode representar uma vantagem competitiva.

Posicionamento de marca e diferenciação competitiva

Empresas alinhadas com os valores da COP 30 poderão se destacar no mercado, não apenas pela inovação, mas pelo compromisso com o futuro. Mostrar que sua organização está agindo — e não só discursando — fortalece vínculos com consumidores conscientes.

Checklist prático para se preparar para a COP 30

Com a COP 30 acontecendo no Brasil, que tal avaliar se sua empresa está preparada para esse novo cenário? Aqui vai um checklist objetivo:

  • Sua empresa já mede e divulga suas emissões de carbono?
  • Existem metas públicas de redução de emissões?
  • Os relatórios ESG estão atualizados e disponíveis?
  • Há políticas internas sobre diversidade, meio ambiente e ética?
  • Os fornecedores seguem critérios sustentáveis?
  • A organização participa de certificações ou pactos climáticos?
  • Existe uma área ou pessoa responsável por ESG?
  • A comunicação da empresa aborda o compromisso com a sustentabilidade?

Se você respondeu “sim” à maioria dessas perguntas,  sua empresa está no caminho certo. Caso contrário, este é  um ótimo momento  para começar a agir.

A realização da COP 30 no Brasil é mais do que um marco ambiental — é um sinal claro de que o mundo está voltando sua atenção para o país. 

E as empresas que quiserem continuar relevantes nos próximos anos precisam entender que sustentabilidade deixou de ser uma escolha: é uma responsabilidade.

A Toti, por exemplo, atua com impacto social, promovendo educação e empregabilidade para pessoas refugiadas e migrantes. Ao conectar inclusão com transformação social, contribui para uma agenda ESG mais justa, diversa e integrada — algo essencial para qualquer empresa comprometida com o futuro. Saiba mais sobre as iniciativas da Toti e como sua empresa pode se beneficiar dessa parceria!

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