Inclusão produtiva: o que é, seus benefícios e como as empresas podem fazer a diferença

19/05/2025
• Atualizado em 26/05/2025
Duas pessoas sentadas à mesa, trabalhando em um notebook e um celular.
A inclusão produtiva fortalece empresas e cria oportunidades para todos

 

Cerca de 19 milhões de pessoas estão em situação de subutilização da força de trabalho, das quais aproximadamente 7,5 milhões estão totalmente sem trabalho, segundo dados do IBGE referentes ao trimestre encerrado em junho de 2024. Esse número mostra que uma parcela significativa da população enfrenta dificuldades para se inserir plenamente no mercado. 

Diante desse cenário, a inclusão produtiva surge como uma estratégia fundamental para ampliar o acesso ao trabalho digno e gerar oportunidades reais de geração de renda, especialmente para grupos historicamente sub-representados.

Neste artigo, vamos explicar o que é inclusão produtiva, quais são seus tipos, os benefícios para as empresas e como estruturar uma estratégia que promova impacto social genuíno, alinhamento com práticas ESG e fortalecimento da marca empregadora. Continue a leitura!

O que é inclusão produtiva?

Inclusão produtiva é o conjunto de ações que buscam integrar pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social ao mercado de trabalho, seja por meio do emprego formal, seja por meio do empreendedorismo ou de outras formas de geração de renda digna e sustentável.

Seu objetivo é garantir que todos tenham condições reais de participação ativa na economia, superando processos históricos de exclusão social e promovendo a autonomia financeira.

Quais são os tipos de inclusão produtiva?

A inclusão produtiva pode ocorrer de diversas formas, adaptando-se às realidades de cada público:

  • Emprego formal: oferta de vagas com carteira assinada, garantindo direitos como salário fixo, férias, 13º salário e proteção trabalhista.
  • Empreendedorismo: incentivo à criação de pequenos negócios, com apoio que pode incluir microcrédito, mentorias e cursos para quem deseja começar a empreender.
  • Educação e capacitação profissional: oferta de formação técnica e desenvolvimento de habilidades socioemocionais para aumentar as chances de inserção no mercado de trabalho.
  • Economia solidária: estímulo a iniciativas coletivas, como cooperativas e associações, nas quais os próprios trabalhadores gerenciam o negócio de forma conjunta.
  • Programas de estágio e aprendizagem: oportunidades voltadas especialmente para jovens, com foco na inserção inicial no mundo do trabalho, aliando orientação e desenvolvimento profissional. .

Quais são os benefícios da inclusão produtiva para as empresas?

Promover a inclusão produtiva é uma escolha que transforma realidades, e isso vale tanto para as pessoas quanto para os negócios.

Ao criar oportunidades para quem enfrenta barreiras ao acesso ao mercado de trabalho, a empresa não só contribui para a redução das desigualdades, como também fortalece sua cultura interna e amplia suas possibilidades de crescimento sustentável.

A seguir, mostramos por que essa estratégia faz cada vez mais sentido para organizações que querem ir além do lucro e deixar um legado positivo.

Melhoria da reputação e da marca empregadora

Ao se comprometer com a inclusão e a diversidade, a organização mostra que está atenta às transformações  sociais, culturais e de mercado que vêm moldando um mundo mais consciente e plural. 

Esse posicionamento fortalece a marca empregadora, atrai profissionais engajados,  cria um elo mais forte com o público e reforça a confiança de investidores, gerando credibilidade e reconhecimento no mercado.

Contribuição para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Os ODS fazem parte de uma agenda global criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para enfrentar os principais desafios sociais, econômicos e ambientais do mundo até 2030.

Entre os 17 objetivos propostos, muitos têm conexão direta com a inclusão produtiva, como o combate à pobreza, o incentivo ao trabalho decente e a redução das desigualdades.

Ao criar caminhos para que mais pessoas tenham acesso a emprego, renda e qualificação, as empresas se tornam parte ativa desse esforço coletivo.

Não se trata apenas de seguir uma tendência, mas de assumir um papel importante na construção de uma sociedade mais justa e sustentável para todos.

Fortalecimento de práticas ESG e responsabilidade social

Dentro dos critérios ESG, que avaliam a atuação das empresas em aspectos ambientais, sociais e de governança, o “S” — de Social — tem ganhado cada vez mais atenção.

Investidores, parceiros e consumidores querem entender como as empresas lidam com questões humanas, como a inclusão, o bem-estar dos colaboradores e o impacto nas comunidades em que atuam.

Ao investir em inclusão produtiva, a empresa mostra que está comprometida com práticas responsáveis e que leva a sério seu papel social. Isso gera valor de longo prazo, além de contribuir para uma cultura interna mais forte e coerente com seus valores.

Acesso a incentivos e linhas de financiamento públicas e privadas

Empresas que desenvolvem ações concretas de inclusão e responsabilidade social também podem se beneficiar de incentivos externos.

Diversos programas de financiamento, tanto do setor público quanto do privado, priorizam organizações com projetos de impacto positivo.

Além disso, há editais e parcerias que exigem esse tipo de compromisso como critério de seleção. Ou seja, promover a inclusão pode abrir portas para novos recursos, colaborações e oportunidades estratégicas de crescimento.

Inovação e diversidade nas equipes

A inclusão produtiva ajuda a construir times mais plurais, que compreendem o mundo sob diferentes perspectivas  e desenvolvem soluções mais completas. É dessa combinação de experiências que surgem ideias com potencial real de transformação. 

Quando a empresa aposta na convivência entre pessoas com diferentes trajetórias, ela estimula o pensamento crítico, o aprendizado coletivo e a empatia — elementos fundamentais para a inovação.

Como implementar uma estratégia de inclusão produtiva na empresa?

Colocar a inclusão produtiva em prática exige mais do que boas intenções: é preciso planejamento, parcerias e uma atuação comprometida com a transformação real.

O caminho pode ser diferente em cada empresa, mas algumas etapas são comuns e fazem toda a diferença para que a estratégia saia do papel e gere impacto de verdade. A seguir, apresentamos algumas diretrizes que podem orientar esse processo.

Mapeamento de oportunidades na cadeia de valor

Antes de tudo, vale a pena fazer uma análise interna. Onde ainda há oportunidades para tornar a inclusão mais presente e consistente nas rotinas da empresa? 

Essas oportunidades podem aparecer em vários momentos: na hora de contratar, escolher fornecedores, planejar programas de formação ou realizar projetos sociais.

Ao fazer esse mapeamento com foco em diversidade, a empresa entende melhor onde pode agir para incluir mais pessoas no mercado, principalmente aquelas que, muitas vezes, acabam ficando de fora.

Parcerias com ONGs, governos e startups sociais

Você não precisa fazer tudo sozinho. Existem muitas organizações especializadas que já atuam com foco em diversidade, empregabilidade e formação de talentos.

Parcerias com ONGs, iniciativas governamentais e startups sociais ajudam a acelerar esse processo e garantem uma atuação mais efetiva.

Essas instituições conhecem os desafios enfrentados por grupos minorizados e estão preparadas para conectar esses talentos ao mundo do trabalho de forma cuidadosa e estruturada.

A Toti, por exemplo, é uma instituição que firma parcerias com empresas para promover a diversidade e a inclusão, por meio de iniciativas como a formação profissional de talentos de grupos minorizados e sua inclusão no mercado de trabalho. Conheça mais sobre nossos projetos sociais.

Capacitação e formação profissional de públicos vulneráveis

Só oferecer vagas não é suficiente.Para que a inclusão seja efetiva, é essencial garantir que as pessoas tenham condições reais de se desenvolver e crescer.

Promover cursos de qualificação, oficinas práticas, trilhas de aprendizado e programas de mentoria são formas de preparar profissionais para as demandas do mercado e para os desafios do ambiente corporativo.

Ao investir na formação dessas pessoas, a empresa também contribui para o fortalecimento da autoestima, da autonomia e das possibilidades de carreira desses talentos.

Ações afirmativas e programas de trainee/aprendiz inclusivos

Uma forma concreta de acelerar a diversidade dentro da empresa é criar programas específicos para a entrada de grupos historicamente excluídos.

Isso inclui ações afirmativas, programas de trainee voltados para pessoas negras, indígenas, LGBTQIAPN+, refugiadas, pessoas com deficiência e outras populações sub-representadas, além de iniciativas inclusivas para aprendizes.

Esses programas não só abrem portas, mas também preparam lideranças mais diversas para o futuro. E isso transforma a cultura organizacional de dentro para fora.

Monitoramento, indicadores de impacto e comunicação transparente

Incluir é um processo contínuo. Por isso, é fundamental acompanhar os resultados, revisar as estratégias e comunicar os avanços com transparência.

Criar indicadores, medir o impacto social e relatar histórias reais de transformação ajudam a manter o time engajado, inspirando outras empresas a seguirem o mesmo caminho e mostrando, com dados e narrativas, que a inclusão produtiva dá certo.

Além disso, esse monitoramento reforça o compromisso da empresa com uma mudança consistente e duradoura.

Promover a inclusão produtiva é muito mais do que cumprir uma meta: é um convite para construir um futuro mais justo, inovador e sustentável para todas as pessoas.

Ao fazer parte dessa transformação, a empresa se fortalece, amplia sua relevância social e contribui ativamente para um mercado de trabalho mais diverso, humano e acessível.

Caso a sua empresa queira dar o próximo passo na construção de um ambiente mais inclusivo, vale aprofundar ainda mais esse entendimento. 

Aproveite para conferir também nosso conteúdo sobre Diversidade Cultural nas empresas. Nele, mostramos como valorizar diferentes culturas no ambiente de trabalho pode transformar a inovação, o engajamento e o sucesso dos times!

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